Cerca de 160 empresas e outras entidades foram criadas por dia em 2017, num total de 40.326, a maioria das quais na área do turismo, operando nos setores dos serviços, alojamento e restauração e imobiliário, foi hoje divulgado.
De acordo com o barómetro da Informa D&B sobre 2017, “durante os 12 meses do ano nasceram 40.326 novas empresas e outras organizações, mais três mil entidades do que em 2016, o que representa um crescimento de 8,2%”.
Grande parte destas companhias operam na área do turismo, essencialmente nos serviços, sendo este setor que “agrega mais empresas no tecido empresarial, continuando a crescer em 2017, quer em número de empresas (+4,7%), quer em constituição de novas empresas (+8,9%)”, acrescenta a empresa de tratamento de dados em comunicado.
Segue-se o setor do alojamento e restauração, que em 2017 ultrapassou o do retalho (que ocupava o segundo lugar no ano anterior) ao registar uma subida de 11,3% no número de novas empresas.
Só o alojamento destinado a turismo representou mais de 75% no crescimento de novas empresas.
Por seu lado, o número de novas empresas no setor das atividades imobiliárias cresceu 26%, registando aumentos anuais superiores a 20% pelo quarto ano consecutivo, aponta a Informa D&B.
Fora do âmbito do turismo, o setor da construção registou 16,9% novas empresas no ano passado, valor que ainda não foi suficiente para atingir o número de companhias registadas em 2008, mas que demonstra uma “consolidação dos sinais de recuperação após a forte contração que sofreu até 2012”, de acordo com o barómetro.
Pela negativa, o setor das indústrias transformadoras teve um decréscimo no número de empresas — tanto nas novas como nas já constituídas –, após ter tido os valores mais altos entre 2013 e 2015.
Ainda assim, “as indústrias transformadoras são o setor com mais peso em volume de negócios, exportações e emprego no tecido empresarial nacional”, segundo os dados hoje conhecidos.
Em termos geográficos, a Informa D&B nota que “a subida do número de novas empresas ligadas ao turismo colocou novamente a Área Metropolitana de Lisboa na liderança do empreendedorismo, com quase 40% dos nascimentos de empresas a ocorrerem nesta região”.
“O forte aumento da constituição de empresas de atividades imobiliárias e de serviços no distrito de Lisboa contribuiu para que este distrito tenha sido responsável por mais de metade do crescimento do número de novas empresas em 2017”, acrescenta.
Das mais de 40 mil empresas criadas no país no ano passado, 815 tinham controlo de capital estrangeiro, o valor mais alto da década.
Estas companhias eram, essencialmente, do setor dos serviços, do imobiliário e das telecomunicações.
No que toca aos encerramentos e às insolvências, verificaram-se decréscimos de 8,6% e de 18,3% em 2017.
“A dinâmica dos últimos quatro anos conduziu a um aumento significativo do número total de empresas ativas no tecido empresarial, o maior registo da década”, observa a Informa D&B.
Citada no comunicado, a diretora-geral desta empresa, Teresa Cardoso de Menezes, alerta, contudo, para que “a grande maioria [84%] das empresas portuguesas não cumpre os prazos de pagamento”, situação que “ameaça diretamente a liquidez, rentabilidade e a sobrevivência” destas companhias.