O antigo astronauta Mike Massimino considerou hoje na conferência de tecnologia e empreendedorismo Web Summit que a Inteligência Artificial pode ajudar a tornar a exploração espacial mais segura, mas os robôs não ultrapassam os humanos em certos aspetos.
O antigo astronauta da agência espacial norte-americana (NASA) deu hoje uma conferência de imprensa na cimeira que decorre até quinta-feira no Altice Arena (antigo Meo Arena) e na Feira Internacional de Lisboa (FIL), em Lisboa. Mike Massimino entrou para a NASA em 1996, depois de ser rejeitado três vezes, e esteve no espaço duas vezes no programa espacial ‘Space Shuttle’, nas naves ‘Columbia’ (em 2002) e ‘Atlantis’ (em 2009). Aos jornalistas portugueses e estrangeiros, o astronauta contou que fez quatro passeios no espaço, duas em cada missão, e que foi a primeira pessoa a fazer uma publicação na rede social ‘twitter’ a partir de lá.
Questionado pelos jornalistas, o engenheiro afirmou que “as coisas vão continuar a seguir em frente”, mas a tecnologia ainda não evoluiu até ao “ponto em que um robô faz tudo o que um astronauta consegue fazer”. “O máximo que possa ser feito com recurso a um sistema automático, se lhe quiser chamar Inteligência Artificial ou um robô, usualmente é mais seguro, e as coisas tornam-se mais eficientes no espaço”, disse o antigo astronauta, acrescentando que foram dados “esses paços ao longo dos últimos anos para incorporar mais tecnologia automatizada”. Dando o exemplo do robô que se encontra no planeta Marte, que na sua opinião “é muito, muito lento”, o antigo astronauta apontou que “seria bom explorar [este planeta] a um passo mais rápido”.
Na sua opinião, estes aparelhos “não conseguem ultrapassar um humano noutro planeta neste momento”, e por isso acredita que “vão continuar a apostar no envio de pessoas para esses locais”. Ainda assim, Mike Massimino entende que a “combinação de humanos e robôs será possível no futuro” e será benéfica. “Quando formos a Marte, ou quando voltarmos à lua acho que ainda será necessário ação humana para que dê frutos, mas acho que veremos um grande papel para as máquinas”, salientou.
Há três anos, Mike Massimino saiu da NASA e atualmente integra o corpo docente da Universidade de Columbia, no departamento de engenharia mecânica. A quem se queira tornar um astronauta, Mike deixou uma mensagem de persistência. “Candidatem-se. Se forem rejeitados não é porque há algo errado convosco, porque são maus candidatos, apenas precisam de tentar de novo e persistir e não perdem por tentar”, disse.
Sobre a saída da NASA, Mike referiu que “não é fácil deixar o emprego com que se sonha desde os seis anos”, mas o engenheiro considerou ser “tempo de seguir em frente” e sente-se grato pela oportunidade. “Às vezes dão-nos oportunidades maravilhosas na vida, e a oportunidade de voar para o espaço foi para mim a mais importante coisa que jamais poderia ter feito, era o que queria mesmo fazer”, vincou.