O governo está pronto e alinhado para apresentar o país a potenciais parceiros estrangeiros que ao longo desta semana estejam em Lisboa para participar na Web Summit.
Por estes dias a equipa da Startup Portugal andou a distribuir pens pelos ministérios e pelas instituições públicas, para garantir que todos passam a mesma mensagem.
Os vários slides expõem o país da mesma forma que uma empresa que procura financiamento tem de se mostrar a um investidor: de maneira curta, cativante e com números sustentáveis.
É o chamado pitch perfeito, com o qual Portugal espera convencer entidades estratégicas a apostar cá. “Se usarmos ferramentas, como um pitch ou um software, que padronizem os resultados que se produzem, tal como as startups fazem, no final teremos um relatório-padrão para todos. É muito único e incrível que Portugal como país seja suficientemente flexível para aceitar e abraçar o digital e os instrumentos modernos”, explica ao DN/Dinheiro Vivo Simon Schaefer, o diretor executivo da Startup Portugal, a entidade que gere a estratégia do governo de apoio ao empreendedorismo.
Foi a equipa liderada pelo alemão que teve a ideia de alinhar a comunicação pública portuguesa na Web Summit, depois de no ano passado se ter notado alguma falta de orientação. “É normal que, quando há muita gente a apresentar o país, se mostrem muitas coisas diferentes. Todos concordamos que a Web Summit vai trazer uma grande concentração de gente de alto perfil, e é óbvio que se sincronizarmos a mensagem entre todos os que vão falar do assunto tem-se uma mensagem mais forte,” sublinha.
Para já, o pitch de Portugal será usado apenas na Web Summit por todas as entidades públicas, como a AICEP e o Turismo de Portugal e membros do executivo. “Entregámos a pen a todos os que participam no evento e precisam de comunicar o país,” assegura. A ação inclui ainda uma outra vertente: foi criada uma página na internet, em inglês, em que todos os potenciais parceiros poderão registar-se para Portugal (Sign up for Portugal). “É uma ação promocional. Claro que não é possível alguém registar-se para Portugal. Mas é uma forma de usarmos a mesma linguagem que o nosso público-alvo,” explica.
Através desta página será possível ao governo recolher todos os dados dos interessados em apostar no país. A informação ficará apenas guardada num local e depois pode ser enviada à entidade mais competente para lidar com ela. “Usando a mesma informação e recolhendo todos os dados num sistema único, temos as ferramentas ideais para conseguir o melhor resultado possível e dar a resposta mais profissional”, adianta o diretor executivo da Startup Portugal.
O objetivo é não deixar em branco nenhuma oportunidade que a cimeira possa trazer. Nestes dias são esperadas cerca de 60 mil pessoas, entre os pavilhões da FIL e o Altice Arena. O arranque está marcado para esta segunda-feira, com a participação do líder da Web Summit, Paddy Cosgrave, o primeiro-ministro, António Costa, e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, entre outros. Esperam-se milhares de startups – portuguesas serão 250 – para participar no evento, juntamente com investidores e líderes de grandes tecnológicas do mundo inteiro. Ao final do dia, os holofotes voltam-se para os bares da capital, onde de forma mais informal decorrerá a Night Summit. A cimeira terminará na quinta-feira.